SAÚDE DO CORAÇÃO

DR. JOÃO JOAQUIM DE OLIVEIRA

DR. JOÃO JOAQUIM DE OLIVEIRA é especialista em Medicina Interna e Cardiologia, Assistente do Serviço de Cardiologia e Risco Cirúrgico no Hospital das Clinicas – Faculdade de Medicina / Universidade Federal de Goiás (UFG) – Goiânia-GO; membro Sociedade Brasileira de Cardiologia; e, estudante de Filosofia.

Contatos: [email protected]. e: www.jojoaquim.blogspot.comwww.jjoaquim.blogspot.com.br

Os riscos da prescrição de remédios por não médicos 2u3e44

Leiamos com atenção estas duas notícias:

Primeira notícia. Uso ilegal da Medicina e automedicação – “O fisiculturista e promotor de eventos Marcos Antônio Moraes Paz, conhecido como DJ Macaully, de 32 anos, morreu (15/03/25) após ar mal com o uso de anabolizantes. Segundo Paloma, o companheiro era instruído por um nutricionista. Na casa do fisiculturista, a família encontrou caixas de remédio e uma lista com as medicações que Marcos deveria tomar. Entre elas, estão a trembolona e o clenbuterol, de uso veterinário”. Ambos medicamentos se usam em grandes animais. Nunca em humanos.

Segunda notícia: Idem. Farmacêutico prescrever medicamentos. “O juiz federal Alaôr Piacini, da 17ª Vara Federal Cível do Distrito Federal, determinou a suspensão de uma resolução do CFF (Conselho Federal de Farmácia) que permitia a prescrição de remédios por farmacêuticos. Ao derrubar a validade da norma, o juiz destacou que ‘o balcão de uma farmácia não é o local para se firmar um diagnóstico e tratamento de uma doença, sob pena do exercício ilegal da medicina’. A ação foi levada à Justiça pelo CFM (Conselho Federal de Medicina)”.

Na decisão, o juiz Piacini destacou que a lei que dispõe sobre o exercício da Medicina estabelece que “somente o médico tem competência legal e formação profissional para diagnosticar e, na sequência, indicar o tratamento terapêutico para a doença, após a realização do diagnóstico nosológico, processo pelo qual se determina a natureza de uma doença, mediante o estudo de sua origem, evolução, sinais e sintomas manifestos”.

Para o magistrado, a norma expedida pelo Conselho Federal de Farmácia, que autoriza a prescrição de remédios por farmacêuticos, “invade atividades privativas dos médicos, tais como anamnese, exame físico com a verificação dos sinais e sintomas, realização, solicitação e interpretação de exames”. (Decisão publicada em 31/03/25).

Fala aqui o abaixo signatário deste artigo (João Joaquim). Reflitamos juntos, eu e os leitores e leitoras, sobre o estado de Arte da Medicina Brasileira. Se a Medicina Oficial e Legal (a praticada por médicos) anda um pouco desacreditada, imagine a sua prática ilícita, ilegal e criminosa. Alguma coisa parecida com a tão popular automedicação (porque de médicos e loucos, todos têm um pouco). E por que a Medicina anda tão em baixa, como nunca se viu? Falta de rigor da formação médica. Culpa de seguidos governos, independentemente de partidos políticos, porque todos os governantes deveriam ter esse compromisso despolitizado com a saúde pública. São cursos que se autorizam sem nenhuma estrutura de formação de qualidade, sem hospitais-escolas, sem um corpo docente qualificado, etc. A Medicina foi popularizada e socializada em quantidade de formandos, mas, degradada em qualificação dos profissionais. Péssima notícia para os dois lados, médicos desqualificados, pessoas mal assistidas e em risco.

É inaceitável que um curso de Medicina seja autorizado pelos governos sem uma estrutura física de ótimo hospital-escola, um qualificado e acreditável corpo docente, laboratórios e outros serviços de treinamento, estágios e boa residência médica.

Agora todos hão de convir! A Medicina Legalizada e Oficial se mostra desacreditada, pelos sucessivos registros de erros médicos, negligência, imperícia! Basta ver os números, a estatística dessa má prestação de serviços divulgados pela imprensa. Imaginemos os riscos que os chamados receitadores não médicos provocam. São os exemplos de anabolizantes, de suplementos, de canetas de emagrecimentos, de opioides, de antibióticos, de fentanil, de creatina em academias, de medicamentos piratas, etc. E imaginar que até os farmacêuticos se arvoram em se tornar prescritores autorizados de remédios. Por isso alguns exemplos de prática ilegal de Medicina se tornarem questões de polícia e da Justiça. E com toda razão, na proteção da saúde das pessoas!

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